terça-feira, 28 de novembro de 2006

MAGUSTO DO CANOÍSTA


Esta foi para todos os efeitos a primeira actividade “oficial” organizada pelo Núcleo e surgiu através de uma conversa no messenger que foi logo bem recebida pelos outros reumáticos(1). Infelizmente já não se organizava o magusto à quase uma década, foi uma actividade que se perdeu no tempo não se sabe bem como, pura e simplesmente caiu no esquecimento e só mesmo o menino bonito(2) da canoagem para a recuperar do baú das memórias e verdade seja dita em boa hora o fez.
Tínhamos que ter no programa a já mítica(3) futebolada(4) de praia, e por volta das 14 horas lá estavam todos equipados a rigor para o que desse e viesse pois estes jogos têm sempre finais imprevisíveis e golos deveras estranhos como se irá perceber mais adiante, mas com uma baixa de vulto, o velho(5), eterno central destes jogos estava indisponível por motivos de saúde. Após a escolha das equipas ficaram a jogar uns quantos para um lado contra um certo número deles, uns quantos eram menos um que um certo número deles mas apesar disso em campo dominavam territorialmente, por isso não foi com surpresa que marcaram o primeiro golo através da marcação de uma grande penalidade que só existiu na mente de uns quantos pois houve um certo número deles que não viu intenção naquela mão dentro da grande área que ninguém sabe bem onde começa e onde acaba. Apesar da contrariedade, um certo número deles ficaram ainda mais abalados quando apareceu um craque6 atrasado e só nessa altura é que se aperceberam que estavam a jogar com mais um, depois deste rude golpe até ao final da primeira parte ainda sofreram mais um golo no seguimento de uma jogada de contra-ataque o que indiciaria que um certo número deles estivesse no ataque algo que na realidade não ocorria. Nos descontos aparece finalmente o golo de um certo número deles, golo esse que ainda hoje não é consensual para os dois hipotéticos marcadores que reclamam junto da liga a obtenção do golo para si, decisão essa que até ao final desta edição ainda não é conhecida. Termina a primeira parte e procede-se à troca de campo o que se revelou um tónico substancial para um certo número deles que a partir deste momento começam a comandar as operações fruto de um posicionamento defensivo eficaz e de um quinteto defensivo composto na sua grande maioria por mulheres e que não deram uma nesga de areia ao adversário. Rezam as crónicas que o melhor ataque é a defesa, logo não é de estranhar a mão cheia de oportunidades perdidas por um certo número deles e os suores frios que elas causaram em uns quantos e é nessa altura, aí por volta de meio da segunda parte, que aparece fantasmagoricamente o golo para um certo número deles, golo esse que ainda hoje só é reconhecido oficiosamente e somente por alguns de um certo número deles. Terminado o jogo, o resultado é o menos importante nestas andanças mas aqui fica para a posteridade, oficiosamente UM CERTO NÚMERO DELES 2 UNS QUANTOS 2 oficialmente não se traduz num empate, mas sim na vitória de uns quantos pela margem mínima, de salientar apenas que as jogadas mais viris dentro daquela figura geométrica de areia que não é bem um rectângulo repercutiram-se na única lesão registada em campo: a de quem as fez.
Após o término da partida de registar a baixa adesão ao banho santo(6), apenas quatro banhistas sendo que apenas um deles esteve em campo.
Seguiu-se então o magusto, motivo pelo qual estávamos ali, e que teve um ligeiro trago a internacional pois o bush(7) levou um estudante italiano de Erasmus e a sua namorada tunisina e ficamos assim a saber que esta tradição do S.Martinho, come as castanhas e (neste caso) bebe o teu “suminho” também sucede em Itália. As castanhas estavam quentes e boas como manda a tradição e apareceram em travessas já devidamente assadas, o que retirou alguma da nostalgia dos anteriores magustos é verdade, mas tirou-se mais proveito pois foram todas assadas e poucas sobraram de um saco enorme delas, facto que temos que agradecer a todos os que doaram castanhas mas principalmente à pastelaria Pau de Canela em Castelo do Neiva propriedade da antiga atleta Dulce Martins, que as assou. As castanhas devoraram-se á medida que as conversas se sucediam em catadupa e as histórias de outros tempos vieram como é óbvio à baila, o que sobressai no final é o facto de todos termos partilhado novamente aquela paisagem que todos aprendemos a amar e que nos fará sempre recordar os tempos passados na/o Rio Neiva.

1 Nome pelo qual alguns de nós antigos atletas nos auto-intitulamos, não pretende ser ofensivo para ninguém muito menos para aqueles que realmente sofrem da doença;
2 Nome pelo qual após o primeiro jantar do NAAC o Jorge ficou conhecido, a votação oficial ainda não está disponível mas oficiosamente já é reconhecido como tal;
3 Este misticismo tem a ver com o facto da inclusão do futebol no plano de treinos do clube vir desde os primórdios, nem se sabe ao certo quando começou, apenas que se realizava duas vezes ao ano sendo uma delas por alturas da quadra natalícia e antes da passagem de ano e a outra até final da época;

4 “Futebol” “ADA” – Futebol Associação de Defesa do Ambiente: Termo que identifica uma espécie de futebol sem linhas laterais, sendo delimitado por uma duna e pelo Oceano Atlântico e que se disputa com número incerto de atletas em ambas as equipas e no qual não há restrições de participação de qualquer tipo nem tempo definido para ambas as partes do jogo;
5 Nome pelo qual e carinhosamente tratado o carismático antigo treinador Filipe Rolo;
6 Banho que tradicionalmente se efectuava nas águas do atlântico após as partidas da futebolada;
7 Nome pelo qual é conhecido mais recentemente o americano8;
8 Nome pelo qual já era conhecido o Marcel;

1 comentário:

Anónimo disse...

Que grandioso momento de inspiração, teve, o ilustre redator deste texto, que não é mais , do que um meticuloso relato de factos do maior evento social e desportivo da costa verde e arredores.